O mercado
brasileiro acaba de dar um passo importante para o acesso aos medicamentos
derivados da Cannabis. A GFB, empresa de iniciativa nacional, recebeu este mês
licença para cultivar, produzir e exportar produtos da matéria extraída da
planta, no Paraguai. Trata-se da única empresa do Brasil a receber a liberação,
e que atuará especificamente com foco nos pacientes brasileiros.
O diferencial dessa conquista da
GFB é o impacto no preço final do produto comercializado no país. "A escolha do
Paraguai é estratégica, uma vez que, dentre os fatores que somam no custo de
produção, aproximadamente 50% do valor agregado ao produto é a energia elétrica
e o local possui um dos, se não o, menor custo por kWh do mundo (USD 0.04).
Além disso, seu sistema tributário é o mais baixo da América e figura entre os
mais baixos mundialmente, sendo esses apenas dois dos principais fatores
influenciadores no valor final", explica o fundador da GFB, Daniel Rodrigues.
A economia brasileira deve ser
bastante impactada pela liberação da importação, fabricação e comercialização
de produtos derivados da Cannabis, realizada pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), em dezembro de 2019. "Estima-se que, considerando apenas
seis das principais doenças a serem exploradas, 10 milhões de brasileiros podem
ser beneficiados pelos medicamentos à base de Cannabis. Atualmente, menos de 1%
desses pacientes tem acesso ou faz uso", ressalta Rodrigues.
A expectativa da GFB é que os produtos
estejam disponíveis para o paciente ainda em 2020 por meio de uma parceria que
os dará acesso ao extrato e, posteriormente, ao concluírem a construção de suas
instalações no Paraguai, ingressarão com o produto provido de sua própria
matéria-prima. A empresa pretende investir US$ 5 milhões para a primeira fase da
operação de cultivo no Paraguai, referente a um hectare (10 mil m²), e um total
de US$25 milhões no segundo momento com cinco hectares (50 mil m²) de plantação.
"O nosso foco é oferecer não só um produto de qualidade,
mas, por possuirmos todo o processo de maneira verticalizada, garantir
principalmente o baixo custo e fácil acesso para a população. Teremos total
controle sobre a matéria-prima que será cultivada e transformada em medicamento,
garantindo qualidade, segurança e eficácia ao paciente", finaliza o fundador da
GFB.